quarta-feira, 21 de julho de 2010

Ateísmo


Primeiramente quero deixar claro que este texto não expressa uma crítica a qualquer linha de conduta adotada por qualquer pessoa, especialmente pelo fato de que admiro pessoas que pensam por conta própria e que tenham suas próprias opiniões sobre o ser humano e o mundo que nos cerca. Muitas pessoas que admiro possuem uma orientação Ateísta, como outras tantas possuem uma orientação Teísta, bem como eu mesmo sempre ponderei sobre estas duas vertentes e trago esta reflexão como um forma de compartilhar meus pensamentos sobre o tema.

Sou um observador do cenário humano e relato coisas que observo, e tenho observado sobre tudo no meio Ocultista, Esotérico e Místico, e ultimamente isto tem estado cada vez mais evidente na realidade virtual da Internet. Aqui dou ênfase à análise do comportamento de alguns indivíduos que se auto-declaram como Ateus.

Tenho amigos e pessoas próximas tanto Ateus, quanto Religiosos, quanto aqueles que seguem linhas de pensamento, que como eu não se encaixam de maneira tão específica nestas duas classificações. Felizmente sempre mantenho contato com pessoas pensantes, de modo que tais observações não se aplicam a tais indivíduos. Mas aqui deixo um convite à reflexão. Pois, se nos apaixonamos por certas linhas de pensamento acabamos deixando escapar boa parte da lógica que só é possível na imparcialidade.

Antes de qualquer análise mais aprofundada vamos levar em consideração o contexto no qual este termo se aplica, para que se consiga delinear contradições que possam ser observadas entre o sentido do termo em si, que é bastante simples, e o comportamento daqueles que o defendem como ideologia.

Faz parte da Natureza Humana o desejo e satisfação de qualquer indivíduo se sentir superior a outro e neste caso não é diferente, pois isso ocorre sempre que se cria uma antítese para qualquer conceito.

O termo Ateísmo consiste em uma Antítese do termo Teísmo, que paradoxalmente na prática é muito mais utilizado pelos Ateus do que pelos Teístas, pois aqueles que acreditam em uma Divindade não costumam se classificar desta forma, especialmente por haverem diversas linhas filosóficas que incluem algum conceito de Divindade e o termo Teísta seria um termo genérico, e a maneira como ele é utilizado dá a entender um sentido conotativo de exclusão, como se o Teísmo fosse a Antítese do Ateísmo e não o contrário.
 

As contradições do tema não podem ser atribuídas a nenhum dos lados em questão. Mas, se analisarmos com isenção de ânimo sem tomar partido, veremos nitidamente que muitas abordagens de ambos os lados se apóiam em conceitos distorcidos que possuem sobre o lado contrário.

Muitos Religiosos empreitam verdadeiras cruzadas contra os Ateus como se estivessem reagindo à opressão de um poder maior. Sendo que Teístas são mais de 90% da Humanidade. Muitos Ateus passam a dedicar suas vidas a uma verdadeira militância missionária para despertar a todos os Teístas daquilo que eles consideram Ilusões Perniciosas. Mas, neste caso seria de se perguntar se mais de 90% da Humanidade estaria vivendo uma Ilusão Doentia enquanto somente esta pequena minoria pudesse ser considerada como "Normais". (?)

O problema está no conformismo da grande maioria da população, sendo que os hábitos religiosos são adotados na ausência de uma escolha, surgindo assim multidões de Católicos Não-Praticantes, Muçulmanos Não-Praticantes e assim por diante. De modo que na maioria dos casos o Ateu é alguém que optou por ser Ateu. Quando a lógica seria o contrário, pois alguém que não optasse pela crença em nenhuma Divindade então seria automaticamente Ateu.

Esta condição por si só já é no mínimo estranha. Imaginemos que alguém se diga um seguidor da Filosofia de Platão, então ele seria um Platônico, e neste caso todos os demais seriam Aplatônicos? Ou seriam apenas pessoas normais que não se encaixariam na classificação de Platônicos? Assim, um Aplatônico seria então um Antagonista, alguém que assume uma postura contrária, de oposição aos conceitos de Platão.

Neste caso parece haver uma intolerância generalizada, pois quem não é a Favor terá de ser Obrigatoriamente Contra?!

Então o que seria um Ateu? Alguém que é um Opositor de Deus (?), ou alguém que é Contra o Teísmo?

Que alguém seja contrario a algo pontual é compreensível, mas que alguém seja contrario a uma generalização parece algo dificílimo de conceber.

Vejamos um argumento frequentemente usado por Ateus mais veementes, que quando alguém diz acreditar em Deus ele lhe pergunta: "Em que Deus você acredita? Existem tantos. Allah, Brahma, Odin..."

Então neste caso seria de se perguntar: "Você é Contrário a que Deus? Existem tantos. Allah, Brahma, Odin..."
 

A maioria dos Ateístas são pessoas pensantes, intelectuais, que fizeram uma opção filosófica, diferente da grande massa de religiosos e neste caso é bastante comum que por terem pensado no assunto e chegado às suas conclusões lógicas, passem a considerar que qualquer um que afirme algo contrário seja apenas um religioso acomodado que nem se deu ao trabalho de parar pra pensar no assunto.

Tais discussões fazem parte do convívio social, especialmente na atualidade com as oportunidades que a Internet proporciona de veicular conceitos e filosofias, como também de promover debates sobre temas que de outras formas não seriam debatidos com tanta frequencia. Não vejo nada de recriminável na conduta de nenhum dos lados.

Apenas analisando com imparcialidade, Ateísmo seria uma postura filosófica como é uma postura filosófica cada uma das diversas vertentes religiosas. Se o Ateísmo é contrário a todas as outras correntes de pensamento, assim também são cada uma das correntes de pensamento de cada uma das diversas filosofias religiosas. Então não se poderia afirmar que houvessem apenas dois lados.

Tal postura é meramente política e estratégica, tanto poderíamos falar em Ateus e todo o resto (Não-Ateus), como poderíamos falar em Budistas e todo o resto (Não-Budistas), sendo que isto incluiria todas as outras filosofias religiosas e o Ateísmo em um mesmo pacote comum.

Até este ponto, tudo segue tendências humanas naturais, pois é da natureza humana esta busca pelo conforto psicológico de se estar do lado "Vencedor", ou do lado do "Bem", ou do lado que está "Certo", ou do lado da "Verdade". Os argumentos são os mesmos na maioria das vertentes filosóficas, pois todos se consideram defensores da "Verdade", independente de serem Pentecostais, Aristotélicos, Kardecistas, Junguianos, ou o que sejam.

A tendência a simplificar as coisas é comum a todos, pois é mais fácil lidar com um mundo que se divida apenas em dois lados. Fica mais fácil definir conceitos de Certo e Errado, ou seja, o lado no qual eu estou é o Certo, o outro lado é Errado. Simples assim.

Esta forma de ver a vida se estende às qualidades humanas. O meu lado é mais bonito, o meu lado é mais inteligente, mesmo que com isso estejamos desconsiderando todo o restante da humanidade. E isso se aplica não apenas aos Ateus como também a cada vertente religiosa, sendo que apenas estamos dando destaque ao Ateismo por ser o tema escolhido para esta reflexão.

De certo modo há uma tendência comum de que as diversas vertentes filosóficas vigentes, deixem suas diferenças de lado quando o assunto é Ateísmo. Justamente por terem em comum aquilo que é Combatido pelo Movimento (?) Ateísta, se podemos chamar assim, pois acabam aceitando o rótulo genérico de Teistas.

Este rótulo de Teísta costuma trazer embutido o conceito de "Imbecil", enquanto o rótulo de Ateu costuma trazer embutido o conceito de "Maléfico". E isto é algo que se encontra subentendido nas entrelinhas de discursos de ambos os lados. Tal disputa birrenta sobre quem tem razão é aceitável na sociedade, pelo fato de ser algo natural da condição humana, mas o tema só se torna relevante neste Espaço Virtual pelo fato de surgirem muitas informações desencontradas envolvendo o tema até mesmo em nosso meio.
 
 
 
O meio Ocultista se distingue tanto das vertentes filosóficas religiosas quando das vertentes filosóficas laicas. Pois trata-se de um conjunto de conhecimentos humanos que toma por base critérios formadores de filosofias, de modo que cada Ocultista se caracteriza por ser alguém com uma filosofia de vida própria, podendo adotar como referência filosofias de figuras ilustres do passado, mas não precisando com isso se submeter a agrupamentos partidaristas e nem entrar em disputas conceituais ao mesmo nível que a grande massa religiosa e descrente se presta.

Trata-se de um caminho solitário no qual acima de tudo nos é exigido a reflexão, que pensemos por nós mesmos, tomemos nossas próprias decisões, nos levando assim a ter nossas próprias convicções. Justamente pensando na vida e chegando às nossas próprias conclusões. Desta forma podemos observar em nosso meio grande número de indivíduos que se auto-intitulam Ateus, ou Agnósticos.

Isto cria uma certa confusão, pois para a maioria dos religiosos somos classificados na mesma categoria de "Maléficos" que os Ateus, enquanto que para os Ateus (Céticos e Descrentes, ou seja, que não sejam Ocultistas) somos classificados na mesma categoria de "Imbecis" que os religiosos.

A questão que levanto aqui não é a relevância da existência ou não de algo chamado Deus, podendo esta questão vir a se abordada em outro texto. O que analiso nesta reflexão é até que ponto as pessoas pensantes são sinceras consigo mesmas em seus julgamentos.

A lógica usada é realmente imparcial, ou está sujeita às paixões partidaristas dos intelectuais?

O estudo das Ciências Ocultas exige de nós uma capacidade de pensar com clareza sem nos deixar levar por tendências filosóficas às quais não estejamos conscientes. Vemos que para este caminho estão mais preparados aqueles que pensam por si mesmos e fazem suas escolhas como é o caso de muitos Ateus, do que aqueles que simplesmente se acomodam e aceitam passivamente as conclusões dos pensamentos de outros como as grandes massas religiosas.

Então não vemos mais uma distinção entre Ateístas e Teístas, e sim, uma distinção entre aqueles que pensam por si mesmos, (Sejam eles Ateístas, Teístas ou algo diferente) e aqueles que não pensam por si mesmos e se deixam levar por conceitos de lideranças filosóficas, políticas, sociais ou científicas (Sejam eles Ateístas, Teístas ou algo diferente).

Vemos naturalmente a grande massa humana se sentindo superior a seus semelhantes por compartilharem de uma mesma bandeira ideológica, pois se houveram grandes pensadores Xintoístas isso não faz com que alguém que é Xintoísta apenas por tradição familiar se iguale a tais figuras. Assim também se houveram grandes pensadores Ateistas isso não faz com que alguém que é Ateu seja comparável a tais figuras apenas por compartilhar deste Conceito Específico.

Não estou aqui defendendo nenhuma bandeira ou conceito, nem mesmo atacando qualquer vertente filosófica. Estou apenas expondo certas considerações sobre o comportamento de alguns indivíduos que vejo, especialmente na Internet, que assumem posturas e fazem afirmações com base no conceito de que todo aquele que não pensar como ele e não chegar às mesmas conclusões é um "Idiota Completo".

Já vi afirmações que são repetidas pelos defensores do Ateísmo, como sendo um argumento bastante lógico para o surgimento das Divindades.

Afirmações tais como: "Na antiguidade o hominídeo primitivo não havia desenvolvido o conhecimento científico necessário para compreender os fenômenos da Natureza, de modo que se assustavam com eles, temendo o anoitecer, as chuvas e o sol que passavam a ser vistos como coisas assombrosas mais poderosas do que eles próprios e em suas mentes primitivas e limitadas passaram a fantasiar explicações para aqueles fenômenos, de modo que lhes confortassem e lhes fizessem se sentir seguros, imaginando assim, que havia alguém em algum lugar fora de suas vistas controlando tais fenômenos".
 
 
Os seres humanos hoje possuem a mesma conformação Cerebral que possuíam a 20.000 anos atrás. A mesma capacidade de raciocínio que possuímos hoje, já se encontrava à nossa disposição naquela época. Neste meio tempo encontramos construções baseadas em cálculos complexos de engenharia, alinhadas a pontos de referência astronômicos datados de mais de 10.000 anos.
 
Temos obras filosóficas que tratam de pensamentos abstratos complexos com até 10.000 anos. Seria o cúmulo da pretensão acreditarmos que todos os que nasceram antes da chamada "Ciência" (que não tem mais de 200 anos) eram "Imbecis" ao ponto de ficarem "Assustados" com o anoitecer. Pois nem mesmo os animais mais atrasados possuem tais "Temores".

Tal dificuldade em aceitar a existência de "Vida Inteligente" a mais de 200 anos, só se justifica pelo intolerante pensamento de que se eram inteligentes então só poderiam pensar como eu. A humanidade já teve várias fases diferentes, com Civilizações Diferentes, com Culturas Diferentes, com Ciências Diferentes, com Tecnologias Diferentes, com Filosofias Diferentes e acima de tudo, com Objetivos, Interesses e Prioridades Diferentes.

Hoje nossa Civilização busca o desenvolvimento Tecnológico, Prático, voltado ao uso da capacidade mental do Raciocínio, buscando através dele encontrar respostas para os Fenômenos da Natureza e como tirar proveito deles.

Outras Civilizações do passado não tinham condições de fazer a mesma coisa se quisessem? Pois tinham a mesma conformação Cerebral que temos hoje, as chances de ter nascido um Einstein a 7.000 anos atrás eram as mesmas de hoje. E ainda assim, muitos preferem insistir no argumento ilógico de que: "Se não buscaram tais objetivos é porque não foram capazes disso".

Somente a nossa ilimitada Soberba nos faz acreditar sermos tão mais especiais que nossos antepassados ao ponto de considerarmos esse pensamento válido. Uma vez que sendo um pouco menos pretensiosos poderíamos levar em consideração que: Eles não Quisessem, Não tivessem os mesmos Objetivos, Não tivessem os mesmos Interesses e não estivessem preocupados em se desenvolverem nas mesmas coisas que buscamos hoje.

Vemos que as Civilizações Antigas não tinham no desenvolvimento Tecnológico, Prático o mesmo interesse que temos hoje, não viam como sendo a coisa mais importante a ser desenvolvida. Como também não viam que o uso da capacidade mental do Raciocínio fosse mais importante que a capacidade mental da Intuição por exemplo.
 

É perceptível que Civilizações Antigas buscaram muito mais conhecer a Natureza Psicológica do Ser Humano do que os Fenômenos da Natureza. Tanto que na nossa Civilização Atual, existe tão pouca atenção voltada para a Compreensão da Natureza Psicológica do Ser Humano que para conseguirmos algum conhecimento a respeito precisamos recorrer a escritos de Civilizações Anteriores, com 500, 1.000, 2.000, 5.000 anos ou mais.

E se vamos analisar uma Civilização cujo o foco da atenção esteja no Ser Humano e nos mistérios de sua Mente, nas sutilezas de suas Emoções, é preciso levar em consideração que tipo de linguagem é necessária para se tratar destes assuntos.

Pois hoje pra tratarmos deles, nos valemos de Metáforas, usando como exemplo aquilo que conhecemos bem, como os próprios Fenômenos da Natureza, como quando se diz que alguém está de mau humor é como se tivesse uma nuvem negra sobre sua cabeça. Seria verdadeiramente absurdo imaginar que isto fosse uma referência literal à existência de uma nuvem negra sobre a cabeça de alguém.

Assim, também eram esses outros povos, que escreviam sobre a Natureza Humana e para isso se utilizavam de Metáforas, usando como exemplo aquilo que Eles Conheciam Bem, como os próprios Fenômenos da Natureza.

Pois se alguém menciona ter recebido um raio na cabeça e despertado para uma realidade, se isto fosse escrito hoje seria entendido como figura de linguagem, e somente o nosso profundo preconceito nos leva interpretar que a mesma coisa escrita na antiguidade fosse uma referência fantasiosa de mentes primitivas à possibilidade absurda de alguém receber um raio na cabeça e sobreviver a isso. Seria o mesmo que imaginar que alguém escrevendo sobre relacionamentos mencionasse a expressão "Metade da Laranja" e fossemos interpretar que isso fosse uma referência a uma fruta cítrica.

No estudo das Ciências Ocultas lidamos justamente com essa Natureza Humana, lidamos com a própria Estrutura Psicológica do Ser. Encontramos ao nos aprofundar nestes conhecimentos distinções Claras entre Personalidade, Individualidade, Mente, Consciência, coisas que já eram conhecidas pelos Povos da Antiguidade de maneira abrangente e profunda, enquanto os estudos científicos modernos só muito recentemente e com dificuldade vão assimilando, ainda assim graças a interpretações menos tendenciosas dos escritos antigos.

Quando se observa a Existência e se ilustra esta análise com imagens da Natureza, não se está se referindo a um sujeito barbudo que fica em cima de uma nuvem brigando e colocando umas pessoas contra as outras. Pois alguém que acredite em algo assim, infelizmente gera dúvidas sobre suas faculdades mentais.

Mas podemos considerar a possibilidade de que para haver movimento em todas as partículas subatômicas que compõem todos os corpos e coisas é necessário que haja uma força impulsionadora, que se mantém como um moto-contínuo e que quando vemos esta força que anima os seres vivos chamamos de vida, quando vemos o movimento e ação de corpos considerados inanimados chamamos de energia cinética, mas quando analisamos a atividade imaterial de nossas mentes chamamos de Consciência, chamamos de "EU".
 
 
Algumas das Civilizações Antigas se dedicaram tanto ao Estudo e Conhecimento da Consciência Humana quanto nós nos dedicamos hoje ao Estudo e Conhecimento dos Fenômenos da Natureza. Assim, é natural que saibamos mais do que nossos antepassados sobre isso, assim como é natural que eles soubessem mais do que nós sabemos hoje sobre nossa própria Mente.

Muitos pensadores antigos chegaram à Conclusão de que aliada à Vida, à Energia Cinética em nós havia uma Consciência, e da mesma forma haveria algum tipo de Consciência, mesmo que não lúcida como a nossa, talvez mais ou talvez menos, acompanhando toda Vida e Energia que existisse em cada Ser ou Coisa da Natureza.

Assim também chegaram a conclusões como a de que se era possível haver uma somatória de inteligências humanas formando uma sociedade, como é possível a somatória de inteligências animais formando uma colônia de formigas ou abelhas, assim também seria possível a existência uma somatória de inteligências que abarcasse todos os seres.

Para tal fenômeno Consciencial deram um nome genérico e técnico, isso quando conseguiram conceber um termo que definisse tal coisa. Especialmente por não terem como definir o que seria tal Força, que até então se tratava de um Conceito, que só podia ser perceptível para as sutilezas do sentir humano. Nem mesmo se tinha como definir como tal elemento atuaria na realidade exterior, mas se observava a relevância da interação entre a Consciência Humana e essa Somatória na qual parecia estar mergulhada.

O Ser Humano como Consciência se via como algo distinto desta totalidade, que para ele era como que Inconsciente, não tinha fronteiras, era coletivo, não tinha como determinar até onde a sua própria Consciência era particular e não uma série de recortes de outras Consciências, outras Inteligências.

Não havia nome para isso, então alguns pensadores criaram nomes diferentes para diferentes aspectos dessa realidade Mental, houveram aqueles que compararam à própria Natureza, dizendo ser como o Vento ou como o Mar. Outros compararam esta realidade ao Ser Humano, como se fosse alguém que agisse assim ou assado.

Eram justamente as tentativas de se explicar o vazio e o silêncio com o qual a Mente tomava contato quando parava de movimentar pensamentos, pois nestas condições a Consciência se encontrava em seu estado natural de neutralidade e nestas condições se constatava que havia limites para a Consciência Humana, que não havia referência de Individualidade ou de tamanho, ou mesmo de tempo, só existia o "EU" e esta apenas se percebia existindo, mesmo não sendo nada, mesmo não sendo diferente do vazio que lhe rodeava.
 

A nossa Civilização Atual é tão assombrosamente carente deste nível de conhecimento que encontramos multidões de indivíduos lendo as antigas obras dos pensadores do passado e interpretando literalmente suas Parábolas e Metáforas, insistindo insanamente que tais "estorinhas" fossem uma realidade física e fenomênica. E ainda assim, tais interpretações "imbecis" não são questionadas, pois do alto de nossa Arrogância acreditamos realmente que os pensadores do passado não passassem de criaturas primitivas e delirantes que realmente estivesse descrevendo eventos literais.

Assim ficam infindáveis debates em que um afirma que existe sim uma nuvem negra na cabeça de fulano, e outro argumentando ferozmente que tal nuvem negra não existe, quando esta era na verdade apenas uma figura de linguagem de quem escreveu a respeito.

Se por um lado não faz o menor sentido a atitude supersticiosa e irrefletida da grande massa religiosa em agir como se tal coisa fosse realmente alguém com atitudes humanas, ou que fosse realmente o vento, a tempestade, o sol ou a noite, também não faz o menor sentido questionar a existência de algo que nem se sabe o que é. Ou seja, para contestar uma tese, para propor uma antítese, eu preciso conhecer a tese com profundidade. Ou estarei sendo tão supersticioso e irrefletido quanto os que defendem a tese sem nem mesmo conhecê-la.

É caso de se pensar: Eu Acredito no que? Ou ainda: Eu Não Acredito no que?

Se substituirmos o termo Deus pelo termo Vazio, então um Teísta acredita no Vazio, enquanto o Ateísta Não acredita no Vazio. Mas, afinal o Vazio é algo para ser ou não acreditado? Devo me opor aos que acreditam no Vazio? Devo me opor aos que não acreditam no Vazio? Faz diferença se o Vazio existe ou não?

Há muito para se refletir sobre essas questões. E reflexão é que nos faz conviver bem em sociedade sem ficarmos nos acusando mutuamente de Maléficos e Imbecis.

Mais sobre esses conceitos relativos à mente e ao vazio foram expostos no texto "A Mente e a Existência", em que o assunto é tratado com mais profundidade.
 
 

5 comentários:

  1. Olá Adonai,

    Percebi uma leve confusão entre filosofia e religião. A filosofia se baseada na razão; a religião, na fé.

    Como diria Éliphas Lévi: "Um dogma explicado não é mais um dogma, é um teorema de filosofia ou, ao menos, um postulado".

    Abraços,
    Leonard :::

    ResponderExcluir
  2. Caos Induzido.

    Para mim, pode-se resumir tudo nisto.

    Onde uma nanoelite passou a controlar o inconsciente das pessoas a + - 5000 anos, usando da deturpação de conceitos e valores, gerando uma falsa base, a qual dividiu as pessoas em dois grupos, onde entes brigam entre si. Como a base é falsa, tais brigas nunca levam a lugar algum, fazendo que que grande energia seja gasta, que poderia ser usada para outras finalidades e mesmo as grandes massas tendo o verdadeiro poder das mudanças, esta fica num contínuo curto circuito onde a desunião é generalizada. Como a nanoelite é unida e detentora com conhecimento verdadeiro, sempre sai ganhando.

    Tanto ateus como teístas se baseiam na mesma base deturpada e agem conforme a programação mental implantada.

    ResponderExcluir
  3. Sou ateu e ocultista...
    Para mim o Ocultismo é a origem dos ilares do Conhecimento(Ciência, Filosofia e Arte)...
    Também considero o Paganismo uma filosofia ocultista primitiva, tendo conceitos científicos, artísticos e claro filosóficos, mas não religiosos...

    ResponderExcluir
  4. Em uma discussão entre um louco e um "sábio", quem e mais louco? O suposto homem que já não goza mais de suas plenas faculdades mentais ou o "sábio" que insiste em discutir com um louco como se esperasse que ele agisse de forma racional?

    ResponderExcluir
  5. Gostei e como diz o ditado so vendo para crer no que acredito e no que nao acredito dependendo da situacao pois tudo pode existir no so vendo para crer!

    ResponderExcluir

Não havendo requisição em contrário os seus comentários poderão ser publicados sem consulta prévia.